quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Trilha das Sete Praias de Ubatuba: você tem que conhecer!


Por Andressa Rodrigues

Sabe a expressão “de tirar o fôlego”? É perfeita para descrever a Trilha das Sete Praias de Ubatuba! A primeira vez que ouvi falar dessa aventura foi com a minha amiga Kátia, uns dois anos atrás. Ela estava planejando ir com a família e me perguntou se eu conhecia. Lógico que fiquei super curiosa para descobrir que passeio era esse e decidi que um dia iria fazê-lo... E esse dia chegou!!

Caminhamos meia hora a mais, porque estacionamos longe do canto esquerdo da Lagoinha 


Domingo passado (19/2), eu, meu marido e o amigo Alonso - que sempre embarca em nossas invenções - saímos cedo de São Sebastião rumo a Ubatuba. Um dia antes, eu pesquisei vários sites e blogs para buscar detalhes da caminhada e logo vi que a brincadeira seria mesmo de tirar o fôlego. Primeiro, por conta da distância: a trilha toda tem cerca de dez quilômetros. E segundo, devido à linda paisagem, que surpreende a todo instante.
A aventura começa na praia da Lagoinha. A trilha inicia no canto esquerdo. Conselho: estacione seu carro, ou desça do ônibus, já próximo a esse ponto da praia. Os desavisados aqui (mesmo eu pesquisando previamente) resolveram deixar o carro num posto de gasolina assim que vimos a placa “Lagoinha”. Estávamos pouco depois do começo da praia e até chegar à entrada da trilha andamos meia hora! Na ida foi tudo bem, no pique, empolgados... Mas na volta, o arrependimento bateu forte...

Os primeiros seis quilômetros de percurso não exigem tanto esforço. Em pouco tempo de caminhada já é possível encontrar a praia do Oeste, cheia de pedras e bem pequena. Logo depois vem a praia do Perez, que também é pequena e possui algumas casas a beira mar. Em seguida tem a praia do Bonete, um pouco mais extensa e cheia de barcos de pesca e de passeio, além de quiosques de alimentação. Apesar de ser muito frequentada, ainda preserva aquele ar de praia deserta. Seguindo adiante vem a praia Grande do Bonete, extensa, com quiosques e casas que formam uma pequena vila de pescadores.
Nesse ponto, nós tivemos que pedir orientação para saber onde estávamos. Tínhamos perdido as contas de quantas praias já havíamos percorrido e o quanto ainda faltava para andar. Na verdade, nós estávamos tão encantados com tanta beleza, que paramos várias vezes para tirar fotos e contemplar a natureza exuberante. São muitos mirantes pelo caminho e a trilha é belíssima! Uma hora você está na mata fechada; em outra, caminhando em meio a uma charmosa vila de pescador. Sem contar alguns trechos que parecem bosques. E água do mar, então?! Que cor! De perto, um azul quase transparente. Visto do alto, verde esmeralda. Lindo demais!

Paramos várias vezes para fotografar e contemplar as lindas paisagens
A moça gentil do quiosque me disse que a próxima parada seria a praia do Cedro. Instrui-nos a seguir em frente, contornar um muro vermelho, e que logo encontraríamos a continuação da trilha. Tinha lido na internet sobre esse trecho. Dá impressão que você vai para a direção errada, até contrária, mas é esse caminho mesmo. Como muita gente se perde nesse ponto, o pessoal de lá espalhou placas para sinalizar onde ficam a trilha e os bares. Mas creio que alguns aventureiros não botam muita fé, pois achei uma mensagem curiosa em uma das placas. Olhe a foto abaixo...

Dispensa comentário
Assim que vimos a trilha, encontramos um casal vindo do caminho oposto. Paramos para conversar e trocar experiências. Contei a eles que, até aquele ponto, a triha tinha sido leve, com poucas subidas. Foi aí que a moça revelou: “Ah! Então vocês fizeram a parte suave! Preparem-se, pois até o Cedro são quatro quilômetros hard”. Ela não havia exagerado! Você sobe, sobe, sobe, sobe, e parece que nunca vai acabar a subida. Em compensação, quando chega ao topo, surge uma clareira e, em seguida, uma vista linda do mar. Já na praia, uma surpresa curiosa. Logo na entrada há uma placa indicando que, naquele ponto, é a praia Deserta; e metros adiante, Cedro. Ou seja: duas praias em uma.

Depois de tanta subida encontramos duas praias em uma
Continuamos a trilha (com muitas outras subidas) e, finalmente, chegamos à praia da Fortaleza! A praia é um pouco extensa, mas cheia de banhistas, barcos de passeios e quiosques. Foram quase quatro horas e meia de caminhada até lá. Valeu demais todo o esforço! Mas e a volta? Na internet encontrei as seguintes sugestões: voltar de barco; ir até a rodovia Rio-Santos e pegar um ônibus para a Lagoinha; ou fazer todo o trajeto novamente. Fomos com a ideia de pegar um ônibus na rodovia, mas lá na Fortaleza um rapaz me alertou: “até a pista, moça, são oito quilômetros de caminhada”! Não pensamos duas vezes. Voltamos pela trilha.


Saldo final: 20 quilômetros percorridos e cerca de oito horas de muita diversão! Se você ainda não fez essa aventura, faça! Cansa? Claro! Mas é encantador demais! Encontramos muitas pessoas na trilha se aventurando também. E pessoas de diferentes idades. Também encontramos dois grupos grandes com guias de turismo. Não fazia ideia que o lugar é bastante procurado, especialmente no verão.
Tenha em mente que o passeio exigirá esforço físico, então recomendo um preparo prévio e disposição. Também sugiro levar bastante água, frutas e lanchinhos. Você até encontrará quiosques pelo caminho, mas se quiser economizar, leve a alimentação de casa. Ah! Se puder, evite ir num domingo. Tudo foi perfeito, mas a volta para casa foi um caos. Muito trânsito! Na ida, levamos cerca de uma hora meia. Para voltar, três horas e meia!
Saímos da Lagoinha eram 5 horas da tarde. Chegamos no Centro de São Sebastião às 8 e meia da noite. Cansados, mas felizes e já planejando a próxima aventura.



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